Gastronomia e design espanhol

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Hoje entendi a força da gastronomia espanhola na gastronomia mundial. Estive na exposição Tapas Design Espanhol para Gastronomia (nesse final de semana) e fiquei impressionado com a identidade culinária construída pelo design, que vai além de receitas e ingredientes e permite-se ultrapassar modelos impostos pela tradição para fazer algo novo.

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Foram anos de imersão no desenvolvimento de materiais, entendendo ingredientes , criando soluções tecnológicas, novos materiais e uma nova visão sobre a experiência. Os irmão Roca (Joan e Jordi), os irmãos Adrià (Albert e Ferran) e Andreu Carulla foram os nomes mais comuns na exposição como criadores dos conceitos e design.

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O design na gastronomia é tão importante quanto cozinhar. Dos utensílios de serviço, ambientes, louças e equipamentos que sustentam um banquete para conhecer a inovação à mesa, os espanhóis criaram uma nova gastronomia que vemos há alguns anos nas revistas, livros e cardápios de restaurantes. Mas o que acho mais importante desse movimento é entender a força motriz de suas criações. O que os fizeram percorrer e persistir em caminhos tão inovadores e inexplorados.

A gastronomia espanhola tem muita tecnologia e, a meu ver, foi isso que os fez evoluir. Estavam abertos ao desenho industrial, aos ceramistas, artesãos, ao ambiente clean metódico, à contradição, à desconstrução, ao laser, botões, eletrônica, à paródia, à observação do uso e tantas outras questões que se multiplicaram conforme conseguiram pensar em design.

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Alguns objetos já são conhecidos de tempos, parecem óbvios até, mas sabemos que à época revolucionaram uma boa parte do show da gastronomia. E seguem alterando a experiência de ponta a ponta de um restaurante. Vimos a crescente dessa nova gastronomia.

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Agora penso, o que os designers e chefs fizeram pela gastronomia espanhola e mundial nos últimos 15 anos poderá ser renovado? Imagino que o foco da nova gastronomia não será a experiência, pois essa já foi e está sendo explorada. Possivelmente será a gastronomia que conectará o produtor ao produto, a origem local, novas tecnologias de design, produção própria indoor, do campo ao garfo, dos microlotes e multiculturas de alimentos. O design estará voltado ao processo, talvez contando a história da vida do alimento diante de um prato e talheres.

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